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BI-RADS 3: O que significa e sua importância na mamografia

Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

A mamografia é um dos principais métodos de triagem para a detecção precoce do câncer de mama. Com o avanço da tecnologia, diferentes sistemas de classificação foram desenvolvidos para categorizar os achados mamográficos. Um dos mais utilizados é o sistema BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System), desenvolvido pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR). Neste artigo, vamos nos aprofundar na categoria BI-RADS 3, discutir seu significado, importância e tudo o que você precisa saber sobre esse assunto.

O que é o BI-RADS?

O BI-RADS é um sistema de classificação que auxilia os radiologistas na interpretação de exames de imagem da mama, como mamografias, ultrassonografias e ressonâncias magnéticas. Ele fornece um padrão unificado para reportar os achados, o que facilita a comunicação entre profissionais de saúde e ajuda na padronização dos cuidados. As categorias de BI-RADS vão de 0 a 6, onde cada número representa um nível de risco e necessidade de acompanhamento.

Categorias do BI-RADS

O que significa BI-RADS 3?

Definição e características

A categoria BI-RADS 3 é designada para achados mamográficos que são considerados provavelmente benignos. Isso significa que, mesmo que as imagens apresentem algumas anormalidades que não são típicas de um tecido saudável, as características dessas anormalidades tornam extremamente improvável a presença de câncer. Tipicamente, as lesões classificadas como BI-RADS 3 apresentam uma taxa de malignidade inferior a 2%. Os médicos costumam recomendar o acompanhamento, geralmente por meio de mamografias de controle em intervalos mais curtos, como 6 meses.

Exemplos de achados

Alguns exemplos de achados que podem ser classificados como BI-RADS 3 incluem:

Importância da classificação

A relegação de um achado à categoria BI-RADS 3 é importante porque indica que, embora o achado exija um monitoramento cuidadoso, a immediata preocupação com câncer é mínima. Isso ajuda a reduzir a ansiedade associada ao diagnóstico, evitando intervenções desnecessárias e proporcionando um plano de acompanhamento eficaz.

A importância das mamografias regulares

Detecção precoce do câncer

Mamografias regulares são fundamentais para a detecção precoce do câncer de mama. Quando realizado com a frequência recomendada, o exame pode identificar anomalias antes que elas se tornem clinicamente evidentes. A categorização de BI-RADS 3, embora indicativa de uma evolução monitorada, deve ser vista como parte integrante de um programa mais amplo de cuidados de saúde da mulher.

Identificação de padrões

A classificação BI-RADS não apenas ajuda na interpretação dos achados, mas também contribui para a identificação de padrões que podem ser relevantes para futuras avaliações. Além disso, o uso consistente do sistema BI-RADS entre diferentes radiologistas e centros médicos melhora a acurácia das avaliações e a confiança nas decisões médicas.

Acompanhamento e intervenções

É essencial que as mulheres que recebem um diagnóstico de BI-RADS 3 estejam cientes da preocupação minimamente elevadora em relação a câncer. O seguimento com mamografias anuais ou semestrais é geralmente suficiente para garantir que quaisquer mudanças nos achados possam ser identificadas precocemente. Algumas condições podem exigir biópsias se elas mudarem de forma ou aumentarem de tamanho.

Lifestyle e fatores de risco

Mudanças estilo de vida

Manter um estilo de vida saudável pode ajudar a diminuir o risco geral de câncer, incluindo câncer de mama. O que se come, os hábitos de exercício, e a saúde mental têm um impacto significativo no risco de desenvolver a doença. Portanto, a adoção de práticas como alimentação balanceada, prática regular de exercícios e redução de estresse não pode ser subestimada.

Fatores de risco conhecidos

Alguns fatores de risco para câncer de mama incluem:

Entender esses fatores ajuda a moldar as decisões de cuidados de saúde e a necessidade de monitoramento.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que faço se meu exame de mamografia resultar em BI-RADS 3?

Você deve discutir com seu médico o plano de acompanhamento recomendável. Geralmente, implica realizar uma nova mamografia em 6 meses.

Quanto tempo dura o acompanhamento para casos de BI-RADS 3?

Geralmente, o acompanhamento é feito por pelo menos 2 anos, com mamografias de controle a cada 6 meses. No entanto, a frequência pode variar conforme a orientação do médico.

BI-RADS 3 significa que eu tenho câncer?

Não necessariamente. A categoria BI-RADS 3 indica que o achado é provavelmente benigno, mas que precisa ser monitorado.

Posso solicitar uma biópsia se eu me sentir insegura?

Sim, se houver preocupações sobre um achado específico, converse com seu médico sobre a possibilidade de realização de uma biópsia.

Quais são os próximos passos após uma mamografia BI-RADS 3?

Normalmente, você será orientada a retornar para um novo exame de imagem em um tempo recomendado, dependendo das características do achado.

Conclusão

A compreensão do sistema BI-RADS e, mais especificamente, da categoria BI-RADS 3 é essencial para qualquer mulher que realize mamografias. Essa categoria não precisa ser motivo de pânico, mas sim de vigilância e acompanhamento. Com um plano eficaz de monitoramento, a maioria das lesionadas classificadas como BI-RADS 3 não evoluirá para situações mais graves, proporcionando tranquilidade e esperança às pacientes. A mamografia é uma ferramenta crucial na luta contra o câncer de mama, e a informação é um dos melhores caminhos para cuidar da sua saúde.

Referências

  1. American College of Radiology. (n.d.). BI-RADS® Atlas: Breast Imaging Reporting and Data System.
  2. Instituto Nacional de Câncer (INCA). (2022). Câncer de Mama: Diretrizes de Diagnóstico e Tratamento.
  3. Sociedade Brasileira de Mastologia. (n.d.). Recomendações de Rastreamento para Câncer de Mama.
  4. Nelson, H. D., et al. (2016). Risk Factors for Breast Cancer: An Updated Systematic Review. Annals of Internal Medicine.
  5. Yaffe, M. J., & Mainprize, J. G. (2010). X-ray imaging in breast cancer screening: Review of the evolving technology. Cancer Prevention Research.

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