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O que é um desembargador? Funções e importância explicadas

Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

O Judiciário brasileiro é uma das três esferas do poder, sendo responsável por garantir que a justiça seja feita de forma imparcial e eficiente. Dentro deste sistema, existem diversas hierarquias e cargos, sendo o desembargador um dos mais importantes. Mas, afinal, o que é um desembargador? Quais são suas funções? E por que sua atuação é tão crucial para o funcionamento do sistema judicial? Neste artigo, iremos explorar em detalhes o papel do desembargador no Brasil, suas atribuições específicas, a importância de sua função, e responder às perguntas mais frequentes sobre essa carreira.

O que é um desembargador?

O termo "desembargador" é utilizado para designar um juiz que atua em instâncias superiores do Judiciário, especialmente em Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais. Sua principal responsabilidade é revisar decisões tomadas por juízes de primeira instância, assegurando que a interpretação das leis seja feita corretamente e de acordo com os princípios do direito. Assim, os desembargadores são figuras fundamentais na estrutura judicial, pois garantem que os direitos dos cidadãos sejam preservados e que as injustiças sejam corrigidas.

A hierarquia do sistema judiciário brasileiro

Para entender a função do desembargador, é essencial conhecer a hierarquia do sistema judiciário brasileiro. O Judiciário é composto por várias instâncias e tipos de tribunais, que variam conforme a matéria e a localidade. Na base da pirâmide estão os juízes de primeira instância, que atuam nas varas e fazem o trabalho diário de julgar processos. Acima deles, estão os Tribunais de Justiça, nos quais atuam os desembargadores, e por fim, existem os tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).

As funções do desembargador

Os desembargadores desempenham diversas funções que são vitais para a justiça no Brasil. Entre elas, podemos destacar:

Revisão de sentenças

Uma das principais funções do desembargador é revisar as sentenças proferidas por juízes de primeira instância. Isso significa que, quando uma das partes de um processo não concorda com a decisão tomada, pode recorrer ao tribunal onde atua um desembargador. O desembargador, então, analisará o caso e poderá confirmar, modificar ou até anular a decisão anterior. Essa função é fundamental para garantir a justiça e a correção das decisões judiciais.

Julgamento de apelações

Os desembargadores também são responsáveis pelo julgamento de apelações, que são recursos interpostos pelas partes após uma decisão de primeira instância. Essa atividade envolve um exame cuidadoso dos autos, trechos de provas e alegações das partes. Com isso, os desembargadores têm a oportunidade de corrigir possíveis erros judiciários e valorizar o Direito, contribuindo para a criação de jurisprudência.

Proferir decisões em colegiados

Os desembargadores geralmente atuam em turmas ou câmaras, que são grupos formados por um número específico de desembargadores para julgar processos em conjunto. Essa atuação em colegiado permite um debate mais amplo e uma análise mais completa dos casos, garantindo assim uma maior diversidade de opiniões e um melhor embasamento nas decisões.

Julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade

Outra função importante desempenhada pelos desembargadores é o julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs). Essas ações são propostas para questionar a constitucionalidade de leis ou atos normativos que, supostamente, desrespeitam a Constituição Federal. Ao decidirem sobre ADIs, os desembargadores asseguram a proteção dos direitos fundamentais e a supremacia da Constituição.

A importância do desembargador

A função do desembargador é crucial no contexto do sistema judicial brasileiro por diversas razões. Podemos destacar:

Garantia do devido processo legal

Os desembargadores atuam como guardiões do devido processo legal. Através da revisão de decisões, eles asseguram que as partes envolvidas em um litígio tenham seus direitos respeitados, permitindo o acesso à Justiça. Essa função é essencial para que a confiança na Justiça seja mantida e para que o cidadão sinta que pode recorrer a ela em busca de solução para suas demandas.

Precedentes e jurisprudência

As decisões proferidas pelos desembargadores muitas vezes se tornam precedentes, sendo utilizadas em casos futuros como referência para julgamentos semelhantes. Isso promove a uniformidade e a previsibilidade na aplicação da lei, assegurando que casos semelhantes sejam tratados de forma igual, contribuindo para a estabilidade do sistema jurídico.

Contribuição para a interpretação do direito

Os desembargadores, com sua experiência e conhecimento jurídico, ajudam a moldar a interpretação das leis, adaptando-as às necessidades sociais e às mudanças na realidade. Essa função é especialmente importante em um país como o Brasil, onde a sociedade está em constante transformação, exigindo, portanto, uma interpretação dinâmica do direito.

Equilíbrio entre os interesses da sociedade

Os desembargadores têm a responsabilidade de equilibrar os interesses das partes envolvidas em um processo, sempre levando em consideração os direitos individuais e os interesses coletivos. Sua atuação ajuda a evitar abusos e excessos, garantindo que as soluções adotadas sejam justas e equitativas.

Desembargador x Juiz: Qual a diferença?

Muitas vezes, as pessoas confundem as funções dos desembargadores com as dos juízes de primeira instância. Embora ambos sejam magistrados e exerçam funções similares, existem diferenças importantes que devem ser compreendidas:

Hierarquia

A principal diferença é a hierarquia. Os juízes atuam em primeira instância, enquanto os desembargadores atuam em instâncias superiores. Isso significa que as decisões dos juízes podem ser revisadas pelos desembargadores, que têm a função de supervisionar e assegurar que as decisões sejam justas e corretas.

Nível de experiência

Desembargadores geralmente possuem uma formação acadêmica mais consolidada, além de uma longa trajetória na carreira jurídica, acumulando experiência tanto como juízes quanto em outras funções do Judiciário. Essa experiência adicional permite que eles façam uma análise mais apurada e abrangente dos processos que chegam até eles.

Número de julgamentos

Os desembargadores costumam julgar um número menor de processos do que os juízes de primeira instância, já que suas decisões costumam ser tomadas em colegiado. Além disso, como recebem apenas os casos que foram recorridos, a natureza de seu trabalho é diferente, focando mais na revisão e na análise de apelações do que no julgamento inicial de casos.

A formação e carreira de um desembargador

Para se tornar um desembargador, é necessário seguir uma trajetória acadêmica e profissional específica. O caminho geralmente inclui os seguintes passos:

Formação acadêmica

A primeira etapa para se tornar um desembargador é a formação em Direito. Os candidatos devem concluir uma graduação em Direito em uma instituição reconhecida pelo governo. O domínio do conhecimento jurídico é fundamental para quem deseja seguir essa carreira.

Experiência profissional

Após a graduação, o próximo passo é acumular experiência no campo jurídico, que pode ser adquirida através do exercício da advocacia ou atuação em cargos públicos no Judiciário, como juízes ou assessores. É comum que os desembargadores já tenham atuado como juízes de primeira instância antes de serem promovidos.

Concurso público

Para ascender ao cargo de desembargador, é necessário ser aprovado em um concurso público específico. O processo seletivo geralmente é rigoroso e inclui várias etapas, como provas escritas, avaliações orais e, muitas vezes, análise de currículos. A concorrência é alta, dado que o número de vagas costumam ser limitadas e muitos profissionais altamente qualificados aspiram a essa posição.

Promoção

Os desembargadores podem ser promovidos através de critérios como a antiguidade (tempo de serviço) e merecimento (conforme suas contribuições e relevância nas atividades judiciais). Essas promoções são acompanhadas de um aumento significativo nas atribuições e responsabilidades, além de um aumento salarial.

Conclusão

O papel do desembargador é essencial dentro do sistema judiciário brasileiro. Suas funções vão além da simples revisão de decisões, pois envolvem um profundo compromisso com a justiça e a interpretação adequada das leis. A importância do desembargador na preservação dos direitos dos cidadãos, na construção da jurisprudência e na garantia do devido processo legal não pode ser subestimada. Ao assegurar que a justiça seja aplicada de maneira justa e equitativa, os desembargadores contribuem para a manutenção da confiança na Justiça, algo fundamental para qualquer sociedade democrática. Portanto, compreender o que é um desembargador e a relevância do seu trabalho é crucial para entender como a Justiça funciona no Brasil.

FAQ

1. O que é um desembargador?

Um desembargador é um juiz que atua em tribunais superiores, como os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais, sendo responsável pela revisão de decisões de juízes de primeira instância.

2. Quais são as funções principais de um desembargador?

As principais funções de um desembargador incluem a revisão de sentenças, o julgamento de apelações, decisões em colegiados e o julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade.

3. Como se torna um desembargador?

Para se tornar um desembargador, é necessário ter formação em Direito, acumular experiência profissional, ser aprovado em um concurso público específico e, em muitos casos, já ter atuado como juiz de primeira instância.

4. Qual é a diferença entre um desembargador e um juiz?

A principal diferença é a hierarquia: os juízes atuam em primeira instância, enquanto os desembargadores atuam em instâncias superiores. Além disso, os desembargadores costumam ter maior experiência e abrangência em suas análises.

5. Por que a função do desembargador é importante?

A função do desembargador é importante porque garante a justiça, revisa decisões judiciais, contribui para a interpretação do direito e equilibra os interesses individuais e coletivos na aplicação das leis.

Referências

  1. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
  2. Código de Processo Civil (CPC) - Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
  3. Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
  4. Tribunal de Justiça de seu Estado.
  5. Livros de Direito Processual Civil e Direito Constitucional.

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