O que é sujeito indeterminado: Definição e Exemplos

Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

O entendimento da gramática é fundamental para a comunicação efetiva em qualquer língua. No português, um dos conceitos que frequentemente gera dúvidas é o de "sujeito indeterminado". Neste artigo, vamos explorar essa categoria gramatical, oferecendo uma definição clara, exemplos práticos e algumas questões frequentes que costumam surgir sobre o tema.

Definição de Sujeito Indeterminado

O sujeito indeterminado é aquele que não tem uma identificação clara ou específica no discurso. Quando utilizamos esse tipo de sujeito, não se sabe quem executa a ação do verbo, seja porque não importa saber quem é o agente, seja porque não se quer ou não se pode identificá-lo. Isso é uma característica marcante no uso do português, pois oferece versatilidade às construções frasais.

Existem basicamente três formas de expressar o sujeito indeterminado. A primeira ocorre quando usamos o verbo na terceira pessoa do plural, que não se refere a um sujeito específico. Por exemplo, na frase "Dizem que vai chover hoje", o agente não é conhecido. A segunda forma se manifesta com o uso do verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome "se", como em "Vive-se bem aqui". Por último, podemos também empregar o verbo no infinitivo: "É preciso estudar para passar".

Exemplos de Sujeito Indeterminado

A compreensão do sujeito indeterminado fica mais clara quando observamos exemplos práticos em diferentes contextos. A seguir, apresentamos alguns casos que ilustram bem o conceito:

1. Uso do verbo na terceira pessoa do plural

Um dos modos mais comuns de colocar um sujeito de maneira indeterminada é utilizando o verbo na terceira pessoa do plural. Observe os exemplos:

• Exemplo 1: "Falam muito sobre o clima".
• Exemplo 2: "Dizem que a festa será ótima".

Nesses casos, percebemos que não sabemos quem exatamente fala ou diz. O agente permanece desconhecido, mas a informação é passada de forma clara.

2. Uso do pronome "se"

Outra maneira de expressar o sujeito indeterminado é através do uso do pronome "se" no verbo. Para que essa construção funcione, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular ou plural:

• Exemplo 3: "Vive-se bem aqui".
• Exemplo 4: "Fala-se muito sobre política atualmente".

Nestes exemplos, o "se" opera como um índice de indeterminação. Assim, o sujeito efetivo não é revelado, mas a ação ainda é transmitida.

3. Uso do infinitivo

Por fim, a utilização do verbo no infinitivo também pode indicar um sujeito indeterminado. O sujeito é implícito e pode ser generalizado:

• Exemplo 5: "É necessário estudar para alcançar os objetivos".
• Exemplo 6: "Fazer exercício é importante para a saúde".

Em ambas as sentenças, o sujeito é indeterminado, pois poderia se referir a qualquer pessoa.

Características do Sujeito Indeterminado

Entender as características do sujeito indeterminado pode ajudar ainda mais a dominar sua utilização. Algumas das principais características incluem:

Indefinição do agente

Como já mencionado, o sujeito indeterminado não identifica quem é o responsável pela ação. Isso pode ser útil em contextos onde o agente é irrelevante ou conhecido apenas de forma geral.

Flexibilidade na construção de frases

O uso do sujeito indeterminado permite maior liberdade na construção sentencial. Essa flexibilidade é muito apreciada na comunicação cotidiana, em que estamos frequentemente interessados na ação em si, e não necessariamente em quem a realiza.

Enfoque na ação e não no agente

Utilizar o sujeito indeterminado desloca o foco da frase do agente para a ação. Essa é uma ferramenta retórica poderosa, pois algumas informações podem ser mais relevantes que a pessoa que as executa.

Quando Usar o Sujeito Indeterminado

A utilização do sujeito indeterminado é mais comum em certos contextos. Aqui estão algumas circunstâncias que justificam essa escolha:

1. Quando a identidade do agente não é conhecida

Se você está falando sobre algo que não possui um agente específico, a utilização do sujeito indeterminado é uma boa escolha. Por exemplo, "Dizem que ele vai se mudar" nos permite falar sobre rumores sem identificar quem está dizendo.

2. Ao dar instruções ou conselhos

Quando você deseja dar uma orientação geral ou conselho, o sujeito indeterminado pode tornar a frase mais acessível. "Deve-se evitar o desperdício de alimentos", por exemplo, é um bom uso dessa construção.

3. Em relatos e relatos sociais

Em contextos jornalísticos, por exemplo, pode-se usar o sujeito indeterminado para transmitir informações de maneira impessoal. "Aumentaram os índices de criminalidade", destaca a informação, sem personalizar a ação.

Sujeito Indeterminado vs. Sujeito Oculto

É essencial distinguir o sujeito indeterminado do sujeito oculto, também conhecido como implícito. O sujeito oculto refere-se a um sujeito que não é explicitamente mencionado, mas que pode ser facilmente identificado pelo contexto. Por exemplo, na frase "Fui a loja e comprei um livro", o sujeito "eu" é oculto, mas está claro que a ação foi realizada por quem está falando.

Já no sujeito indeterminado, a falta de identificação é proposital e o foco é na ação em si. A escolha entre usar sujeito indeterminado ou oculto pode alterar o tom e o sentido da frase, sendo importante observar essa nuance nos escritos e falas.

Vantagens e Desvantagens do Uso do Sujeito Indeterminado

O uso do sujeito indeterminado tem seus pontos positivos e negativos, e entendê-los pode ajudar na formação de frases mais eficazes.

Vantagens

• Imparcialidade: O sujeito indeterminado oferece uma forma neutra de apresentar informações, evitando julgamentos ou preferências em relação ao agente.
• Generalização: Torna as afirmações mais amplas e aplicáveis a todos, o que é útil em diversos contextos, como em práticas educativas e na comunicação social.
• Estilo Variado: A diversidade na construção das frases ajuda a manter o texto mais dinâmico e interessante para o leitor.

Desvantagens

• Falta de Clareza: Em algumas situações, o uso do sujeito indeterminado pode levar à ambiguidade, pois pode tornar a informação menos específica e dificultar a compreensão.
• Despersonalização: Ao usar continuamente a indeterminação, o texto pode parecer impessoal, o que nem sempre é adequado dependendo do público-alvo.

Conclusão

O sujeito indeterminado desempenha um papel crucial na língua portuguesa, permitindo que expressemos ideias e ações de maneira flexível e ampla. A sua utilização ajuda a enfatizar o ato em si, sem nos limitarmos a quem o efetua. Ao dominar este conceito, os falantes e escritores podem aprimorar suas comunicações, tornando-se mais eficazes em transmitir mensagens.

Entender o sujeito indeterminado também é essencial para a construção de um texto coeso e coerente. Assim, é desejável praticar e, sempre que possível, observar como ele aparece em diferentes contextos, seja na fala cotidiana ou nos textos formais.

Compreender essa categoria gramatical é um passo importante para todos que desejam se expressar melhor em português, seja em contextos acadêmicos, profissionais ou sociais. Portanto, continue explorando a gramática e suas nuances e lembre-se: a prática faz a perfeição!

FAQ

O que caracteriza um sujeito indeterminado?

Um sujeito indeterminado é caracterizado por não identificar o agente da ação. Essa indeterminação pode ocorrer quando o verbo está na terceira pessoa do plural ou na forma pronominal "se", além do uso do infinitivo.

O sujeito indeterminado pode ter agente?

Não, o sujeito indeterminado não tem um agente identificado. Se há um agente definido, trata-se de um sujeito determinado ou oculto.

Posso usar sujeito indeterminado em textos formais?

Sim, o sujeito indeterminado pode ser utilizado em textos formais, especialmente para transmitir informações objetivas sem precisar identificar o agente.

Qual a diferença entre sujeito indeterminado e sujeito oculto?

A diferença é que o sujeito indeterminado não identifica o agente da ação, enquanto o sujeito oculto se refere a um sujeito que pode ser inferido pelo contexto, mas não está explicitamente mencionado na frase.

Referências

• BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Editora Nova Fronteira.
• CELSO CUNHA, Lindley Cintra. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Editora Lexikon.
• CAGLIARI, Livia Nascimento. Gramática da Língua Portuguesa. Editora Moderna.
• FLAUSINO, Mariane. A Prática do Texto e do Discurso em Língua Portuguesa. Editora Ática.

Stéfano Barcellos

Stéfano Barcellos é um apaixonado por sonhos e conhecimento. Desde jovem, sempre foi fascinado pelo universo onírico e pela maneira como nossos sonhos podem refletir nossas emoções, medos e aspirações. Com uma formação em Psicologia e vasta leitura sobre mitologia e simbolismo, Stéfano decidiu compartilhar suas descobertas e interpretações com o mundo, criando o blog Neo Inês. Para ele, cada sonho é uma janela para o subconsciente, e sua missão é ajudar as pessoas a entenderem melhor essas mensagens ocultas.

Além de seus estudos sobre sonhos, Stéfano também se dedica à pesquisa de curiosidades e fenômenos curiosos do cotidiano. Ele acredita que o conhecimento é uma ferramenta poderosa para expandir a mente e enriquecer a vida. Por meio do Neo Inês, ele busca criar uma comunidade onde todos possam aprender, compartilhar experiências e se inspirar mutuamente. Com uma escrita envolvente e acessível, Stéfano convida você a embarcar nessa jornada de autoconhecimento e descoberta.