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O que significa ato ordinatório? Entenda aqui!

Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

O mundo jurídico, com sua terminologia específica e procedimentos complexos, pode se tornar um verdadeiro desafio, especialmente para aqueles que não estão familiarizados com a prática do direito no Brasil. Um dos termos frequentemente encontrado nas ferramentas processuais dos tribunais é o "ato ordinatório". Neste artigo, vamos explorar a fundo o que significa ato ordinatório, suas implicações no processo judicial, e tudo que você precisa saber para entendê-lo completamente.

Introdução

Em qualquer sistema jurídico, a eficiência e a clareza são fundamentais para a boa administração da justiça. O ato ordinatório surge como uma ferramenta essencial para promover a fluidez dos processos. Não se trata de um ato jurisdicional, mas sim de um procedimento administrativo que visa facilitar a tramitação dos processos e garantir que as partes interessadas sejam informadas sobre os andamentos relevantes. Neste contexto, a compreensão do que é um ato ordinatório torna-se crucial, tanto para advogados quanto para cidadãos comuns que queira se inteirar sobre o funcionamento do sistema judicial brasileiro.

O que é um ato ordinatório?

O ato ordinatório é um tipo de ato administrativo praticado por serventuários da justiça, como cartorários, escreventes e outros profissionais que não exercem função jurisdicional. Ele se destina, basicamente, a comunicar informações relevantes e a promover atos que garantam a continuidade da tramitação do processo. As características principais do ato ordinatório incluem sua informalidade e a ausência de caráter decisório.

Diferença entre ato ordinatório e ato decisório

Os atos ordinatórios devem ser diferenciados dos atos decisórios. Enquanto os atos ordinatórios são meramente informativos e não têm efeito direto sobre o mérito da causa, os atos decisórios são aqueles que resultam em uma decisão jurisdicional efetiva, podendo determinar o destino do processo. É essencial compreender essa diferença, pois ela impacta diretamente na estratégia jurídica a ser utilizada pelos advogados e partes envolvidas.

Exemplos de atos ordinatórios

Nos sistemas judiciários brasileiros, existem diversos exemplos de atos ordinatórios que podem ser praticados. Sabendo que são completamente distintos dos atos jurisdicionais, aqui estão algumas das situações que podem se enquadrar como atos ordinatórios:

  1. Despachos: São comunicações internas que visam movimentar o andamento de processos. Esses despachos incluem a intimação de partes sobre o recebimento de documentos ou o andamento de determinadas fases do processo.
  2. Comunicações de decisões: Embora decisões possam ser entendidas como atos decisórios, as comunicações que apenas transmitem a existência de uma decisão, sem alteração de situação processual, podem ser considerados atos ordinatórios.
  3. Constatações de prazos: Um ato ordinatório pode ser usado para declarar que um prazo processual se esgotou, informando todas as partes envolvidas para que possam tomar as ações necessárias dentro do novo tempo disponível.
  4. Registro de movimentações processuais: A inclusão de dados especialmente relevantes no sistema que acompanha o status de um processo é um ato ordinatório, já que serve para manter todos os interessados informados.
  5. Diligências: São atos que têm a função de provocar a prática de outros atos, como a solicitação de informações a autoridades ou a verificação de documentos.

Como são praticados os atos ordinatórios?

A prática de atos ordinatórios se dá dentro de um contexto administrativo e segue formalidades específicas, embora menos rigorosas do que aquelas que cercam os atos jurisdicionais. Normalmente, esses atos não demandam mais do que uma simples digitação ou inserção no sistema judicial, realizada por servidores do Judiciário.

Importância da formalização

Ainda que os atos ordinatórios não tenham a solenidade dos atos decisórios, a formalização é imprescindível. A falta de registro ou a má condução desses atos pode afetar a transparência e a organização do processo, gerando insegurança jurídica e complicações no andamento dos litígios.

Vantagens dos atos ordinatórios na tramitação processual

Os atos ordinatórios trazem uma série de benefícios para o funcionamento do sistema judicial. Ao facilitar a comunicação e a movimentação dos processos, essa prática colabora para o seguinte:

  1. Agilidade processual: Se a comunicação das partes é feita de maneira eficiente, o processo se torna mais rápido, contribuindo para a celeridade da justiça.
  2. Redução de erros: Com a formalização dos atos ordinatórios, o número de equívocos diminui, já que os atos informativos garantem que todas as partes estejam cientes dos prazos e movimentações.
  3. Menor carga sobre os magistrados: Ao utilizar servidores para a prática de atos que não requerem decisão judicial, os magistrados podem concentrar-se em funções que exigem o juízo de valor.
  4. Aumento da transparência: Os atos ordinatórios oferecem visibilidade sobre a condução da justiça, permitindo que as partes façam um acompanhamento mais eficaz dos seus processos.

Críticas e desafios

Embora os atos ordinatórios tragam vantagens indiscutíveis, também enfrentam críticas e desafios. Um destes é a possibilidade de que a informalidade possa ser mal interpretada por partes não familiarizadas com os trâmites do Judiciário, levando a desconfianças e inseguranças quanto ao manejo do processo. Outro ponto é que a resolução de conflitos nem sempre é bem cumprida apenas por essa mecanização e eficiência, sendo fundamental que se tenha um acompanhamento humano em diversas etapas do processo.

Conclusão

Os atos ordinatórios representam um avanço significativo para a eficiência do sistema judiciário brasileiro. Ao facilitar a comunicação, a celeridade e a formalização dos processos, esses atos asseguram que o direito à defesa e ao contraditório sejam respeitados. Embora não possuam o peso de uma decisão judicial, sua aplicação correta e eficaz é vital para a boa administração da justiça. Para advogados, estudantes de direito e cidadãos comuns, entender o que é ato ordinatório e seu papel dentro do processo judicial é fundamental para navegar neste complexo sistema.

FAQ

1. O ato ordinatório é a mesma coisa que uma decisão judicial?

Não, o ato ordinatório é um procedimento administrativo que não cria decisões sobre o mérito do processo, enquanto as decisões judiciais influenciam diretamente no resultado do litígio.

2. Quais profissionais podem praticar atos ordinatórios?

Atos ordinatórios são praticados principalmente por servidores do Judiciário, como escreventes e cartorários, e não requerem a atuação de magistrados.

3. Os atos ordinatórios podem ser contestados?

Como não se tratam de decisões que afetam o mérito do processo, os atos ordinatórios não são passíveis de contestação, mas podem ser acompanhados e observados pelas partes.

4. Como posso saber se um ato ordinatório foi realizado no meu processo?

As movimentações do processo, incluindo atos ordinatórios, podem ser consultadas nos sistemas judiciais, disponíveis para acesso pelas partes interessadas.

Referências


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