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O que é Síndrome de Edwards? Causas e Sintomas Explicados

Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

A Síndrome de Edwards, também conhecida como Trissomia 18, é uma condição genética rara que resulta da presença de um cromossomo 18 extra. Esta anomalia cromossômica pode ter sérias implicações no desenvolvimento físico e mental dos indivíduos afetados. Em termos de prevalência, estima-se que a condição ocorra em aproximadamente 1 em cada 5.000 nascimentos, sendo mais comum em gravidezes de mulheres com mais de 35 anos. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que é a Síndrome de Edwards, suas causas, sintomas, diagnóstico e tratamento.

O Que é Síndrome de Edwards?

A Síndrome de Edwards é uma condição congênita causada por uma anomalia cromossômica, onde uma cópia extra do cromossomo 18 está presente nas células do corpo. Isso leva a uma série de problemas de desenvolvimento e de saúde. A condição foi descrita pela primeira vez em 1960 pelo médico greco-britânico John Edwards, e desde então, muitos estudos têm sido realizados para compreender melhor suas causas e implicações.

Características da Síndrome de Edwards

A presença do cromossomo extra afeta o desenvolvimento normal do bebê, resultando em uma série de características físicas e problemas de saúde. As crianças com Síndrome de Edwards frequentemente enfrentam desafios significativos, e muitos não sobrevivem além dos primeiros meses de vida. Aqueles que sobrevivem podem exigir cuidados intensivos e acompanhamento médico ao longo de suas vidas.

Causas da Síndrome de Edwards

A principal causa da Síndrome de Edwards é a trissomia do cromossomo 18, que ocorre quando um erro na divisão celular resulta no recebimento de um cromossomo extra. Essa anomalia pode ocorrer em qualquer divisão celular, mais comumente durante a meiose, que é o processo que forma os gametas.

Fatores de Risco

Embora a causa específica da trissomia 18 não seja totalmente compreendida, alguns fatores de risco foram identificados:

Idade Materna

As mulheres que engravidam após os 35 anos têm um risco maior de ter filhos com anomalias cromossômicas, incluindo a Síndrome de Edwards. Isso se deve ao envelhecimento dos óvulos, que pode aumentar a probabilidade de erros na divisão celular.

Histórico Familiar

Embora na maioria dos casos a trissomia 18 ocorra por erro espontâneo, ter um histórico familiar de anomalias cromossômicas pode aumentar o risco. Se um parente próximo teve um filho com a síndrome, as chances podem ser ligeiramente mais altas.

Condições Genéticas Associadas

Em casos raros, condições genéticas específicas podem aumentar o risco de trissomias em geral, mas isso não é um fator comum para a Síndrome de Edwards.

Sintomas da Síndrome de Edwards

Os sintomas da Síndrome de Edwards são variados e podem afetar diferentes sistemas do corpo. A condição é frequentemente associada a deformações físicas, problemas cardíacos e outras complicações de saúde.

Características Físicas

As crianças com Síndrome de Edwards podem apresentar várias características físicas notáveis:

Microcefalia

A microcefalia, ou um tamanho de cabeça menor do que o normal, é uma característica comum em crianças com a síndrome. Isso pode resultar em desenvolvimento cerebral afetado.

Anomalias Faciais

Anomalias na formação do rosto são frequentes, incluindo uma mandíbula subdesenvolvida (micrognatia), orelhas de formato anormal e uma linha de cabelo baixa na nuca.

Malformações das Mãos e Pés

As mãos e os pés podem apresentar deformidades, como sobreposição dos dedos, dedos curtos e pés tortos. Esses tipos de anomalias podem afetar a mobilidade da criança.

Problemas de Saúde Associados

Além das características físicas, a Síndrome de Edwards está associada a vários problemas de saúde que podem afetar a vida da criança:

Doença Cardíaca Congênita

Cerca de 80% das crianças com trissomia 18 têm algum tipo de problema cardíaco congênito, como defeitos septais ou anomalias nas válvulas do coração. Essas condições podem levar a complicações graves se não forem tratadas.

Dificuldades de Alimentação

Devido a problemas de desenvolvimento e anomalias orais, muitas crianças com a Síndrome de Edwards têm dificuldade em se alimentar. Isso pode resultar em desnutrição e crescimento inadequado.

Problemas Renais

Anomalias nos rins também são comuns em bebês com esta síndrome, levando a complicações que podem afetar a função renal.

Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo em crianças com Síndrome de Edwards é frequentemente prejudicado. Muitas não atingem marcos de desenvolvimento típicos, como andar ou falar, e a maioria apresenta algum grau de deficiência intelectual.

Diagnóstico da Síndrome de Edwards

O diagnóstico da Síndrome de Edwards pode ocorrer durante a gravidez ou após o nascimento. Nos casos em que é suspeitada durante a gestação, podem ser realizados testes genéticos para confirmar a presença do cromossomo extra.

Testes Pré-Natais

Alguns métodos de triagem pré-natal incluem:

Ultrassonografias

Ultrassonografias detalhadas podem revelar anomalias físicas que sugerem a presença da síndrome, como problemas cardíacos e deformações faciais.

Testes de Sangue

Testes de sangue, como o teste de PAPP-A e o teste de marcadores de trisomias, podem ajudar a identificar riscos aumentados de anomalias cromossômicas.

Amniocentese

Se os resultados dos testes iniciais forem preocupantes, pode ser oferecida uma amniocentese, que envolve a coleta de líquido amniótico para análise genética. Este teste pode confirmar a presença do cromossomo extra.

Diagnóstico Pós-Natal

Após o nascimento, a Síndrome de Edwards pode ser diagnosticada pela análise física das características corporais e pela realização de um cariótipo, que é um teste que examina o número e a estrutura dos cromossomos.

Tratamento e Cuidados

Não há cura para a Síndrome de Edwards, e o tratamento é focado em gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O atendimento multidisciplinar é fundamental para as crianças que vivem com a síndrome.

Cuidados Médicos Contínuos

As crianças com Síndrome de Edwards geralmente necessitam de cuidados médicos regulares e monitoramento:

Cirurgias

Em casos de problemas cardíacos ou outras anomalias físicas, cirurgia pode ser uma opção para corrigir ou melhorar a função dos órgãos afetados.

Terapia Ocupacional e Fisioterapia

Essas terapias podem ajudar a melhorar a mobilidade e a funcionalidade, além de estimular o desenvolvimento físico e motor.

Apoio Psicossocial

Além dos cuidados médicos, o apoio emocional e psicológico é crítico tanto para as famílias quanto para as crianças. Grupos de apoio e aconselhamento podem ajudar os pais a enfrentar os desafios trazidos pela síndrome.

Conclusão

A Síndrome de Edwards é uma condição complexa que traz desafios significativos para aqueles que são diagnosticados e suas famílias. Embora o prognóstico para crianças com esta síndrome muitas vezes seja reservado, um suporte adequado pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida. É fundamental que as famílias tenham acesso a informações precisas e a uma rede de apoio, além de cuidados médicos adequados para maximizar o potencial de cada criança.

A conscientização sobre a Síndrome de Edwards é essencial para promover a pesquisa e melhorar o suporte às famílias afetadas. Com os avanços na medicina e na compreensão genética, esperamos que no futuro sejam possíveis melhores opções de tratamento e, quem sabe, uma forma de prevenção.

Perguntas Frequentes (FAQ)

Quais são as chances de uma mulher ter um bebê com Síndrome de Edwards?

As chances aumentam com a idade materna, especialmente após os 35 anos. No entanto, a maioria das crianças com a síndrome não possui histórico familiar.

Como é feito o diagnóstico da Síndrome de Edwards?

O diagnóstico pode ser feito durante a gravidez através de ultrassonografias e amniocentese ou após o nascimento por avaliação clínica e cariótipo.

Qual é a expectativa de vida de uma criança com Síndrome de Edwards?

A expectativa de vida pode variar. Muitas crianças com a síndrome não sobrevivem além do primeiro ano de vida, embora algumas possam viver mais tempo com cuidados intensivos.

É possível prevenir a Síndrome de Edwards?

Atualmente, não existem métodos conhecidos para prevenir a trissomia 18. A triagem pré-natal pode ajudar na detecção, permitindo que os pais se preparem.

Quais cuidados devem ser oferecidos a uma criança com Síndrome de Edwards?

O cuidado deve ser multidisciplinar, envolvendo pediatras, cardiologistas, terapeutas ocupacionais e outros especialistas, além de apoio emocional para os familiares.

Referências

  1. Edwards, J. H. "A new trisomy?" Journal of Medical Genetics, 1960.
  2. "Trisomy 18 (Edwards Syndrome) - Genetics Home Reference." U.S. National Library of Medicine.
  3. "Care and Support for Individuals with Trisomy 18." National Organization for Rare Disorders (NORD).
  4. "Edwards Syndrome: Symptoms, Causes, Diagnosis, Treatment." Mayo Clinic.
  5. "Trisomy 18 Info." The Trisomy 18 Foundation.

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