O que é crise de ausência e como identificá-la?
Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.
- O que são crises de ausência?
- Identificação das crises de ausência
- Sinais e sintomas
- Quando procurar ajuda médica
- Causas da crise de ausência
- Genética
- Alterações neurológicas
- Estímulos exaustivos
- Consequências das crises de ausência
- Impacto acadêmico
- Dificuldades de socialização
- Impacto emocional
- Diagnóstico das crises de ausência
- Consulta médica
- Exames complementares
- Tratamento das crises de ausência
- Medicamentos antiepilépticos
- Terapia de suporte
- Intervenções educacionais
- Conclusão
- FAQ
- O que é uma crise de ausência?
- Quais são os principais sinais de uma crise de ausência?
- Como as crises de ausência são tratadas?
- As crises de ausência podem durar para sempre?
- Referências
As crises de ausência são fenômenos que frequentemente preocupam pais e responsáveis, especialmente quando se trata do desenvolvimento emocional e comportamental de crianças e adolescentes. Essas crises são caracterizadas por episodes breves de perda de consciência ou desconexão com a realidade, que podem ser confundidas com simples distrações ou desinteresse. No entanto, é essencial entender a gravidade e as implicações dessas crises para que intervenções apropriadas possam ser feitas. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que é uma crise de ausência, como identificá-la, suas causas, consequências, e as formas de tratamento disponíveis.
O que são crises de ausência?
Crises de ausência, também conhecidas como crises de ausência epilépticas ou simplesmente ausências, são um tipo de convulsão que se caracteriza por breves períodos de desconexão do ambiente, que podem durar de alguns segundos a um minuto. Durante esses episódios, a pessoa parece estar alheia ao que está acontecendo ao seu redor. Ao contrário de outros tipos de convulsões, as crises de ausência não costumam envolver movimentos convulsivos evidentes, mas sim uma interrupção súbita do comportamento e da interação.
Essas crises são mais comuns em crianças, frequentemente se manifestando entre os 4 e os 14 anos de idade. Apesar de muitas vezes serem assintomáticas, elas podem impactar negativamente o desempenho escolar e a socialização da criança. A identificação precoce é crucial para minimizar os efeitos adversos na vida da criança.
Identificação das crises de ausência
Identificar as crises de ausência pode ser um desafio, especialmente porque elas podem ser breves e facilmente confundidas com distrações normais. No entanto, alguns sinais e sintomas podem ajudar pais e educadores a reconhecer quando uma criança está passando por uma crise de ausência. A seguir, apresentamos alguns dos principais sinais a serem observados.
Sinais e sintomas
- Desconexão temporária: Durante uma crise de ausência, a criança pode parar de falar e ficar com o olhar fixo em um ponto. Este estado pode durar apenas alguns segundos, mas é suficiente para que ela perca, completamente, o que está acontecendo ao seu redor.
- Movimentos automáticos: Embora não sejam convulsões típicas, durante uma crise de ausência, a criança pode realizar movimentos automáticos e repetitivos, como piscar ou coçar a mão, sem perceber o que está fazendo.
- Dificuldade para responder: Após a crise, a criança pode não se lembrar do que aconteceu e pode parecer confusa ou desorientada ao tentar retomar a conversa ou a atividade anterior.
- Frequência: Crises de ausência podem ocorrer várias vezes ao dia. Em geral, são mais comuns durante períodos de concentração intensificada, como em sala de aula.
Quando procurar ajuda médica
Se você suspeitar que seu filho ou uma criança sob sua responsabilidade está passando por crises de ausência, é importante procurar ajuda médica. Um neurologista será capaz de realizar os exames necessários e determinar se essas crises são, de fato, episódios de ausência ou se são causadas por outra condição subjacente.
Causas da crise de ausência
As causas das crises de ausência não são completamente compreendidas, mas diversos fatores podem contribuir para a sua manifestação. Algumas das principais causas incluem:
Genética
Estudos mostram que algumas formas de epilepsia, incluindo as crises de ausência, têm um forte componente genético. Se há um histórico familiar de epilepsia ou convulsões, a probabilidade de a criança desenvolver crises de ausência aumenta.
Alterações neurológicas
Desregulações ou alterações em certas áreas do cérebro, incluindo o tálamo e o córtex cerebral, podem predispor a criança a crises. Essas alterações podem ser resultado de condições médicas pré-existentes, como traumas cranianos, tumores ou infecções.
Estímulos exaustivos
Fatores como estresse, privação de sono, hiperatividade e exposição a flashes de luz intensa (por exemplo, luzes piscando) podem provocar crises em crianças predispostas. Tais elementos podem atuar como gatilhos que induzem as crises de ausência.
Consequências das crises de ausência
As crises de ausência podem ter um impacto significativo na vida de uma criança, tanto no aspecto educacional quanto social. A seguir, discutiremos algumas das consequências mais comuns.
Impacto acadêmico
A desconcentração frequente causada pelas crises de ausência pode resultar em dificuldades de aprendizado. Crianças que sofrem dessas crises podem ter um desempenho abaixo do esperado na escola, não apenas devido à perda de foco, mas também à dificuldade em acompanhar aulas e conteúdos.
Dificuldades de socialização
Crianças que enfrentam crises de ausência podem se sentir isoladas ou incompreendidas. As interrupções frequentes podem afetar sua capacidade de interagir com os colegas e estabelecer relacionamentos saudáveis. Isso pode levar a problemas de autoestima, causando um ciclo vicioso de exclusão social.
Impacto emocional
As crises de ausência podem causar ansiedade e medo na criança, especialmente se ela não compreende o que está acontecendo. A falta de controle sobre a situação pode levar a sentimentos de frustração, insegurança e, em alguns casos, depressão.
Diagnóstico das crises de ausência
O diagnóstico de crises de ausência envolve uma série de etapas que incluem história clínica, exames físicos e testes complementares. Entender o que está acontecendo na vida da criança e o contexto das crises é essencial para um diagnóstico preciso.
Consulta médica
A consulta com um neurologista é a primeira etapa. Durante a consulta, o médico coletará informações sobre a história clínica da criança, como a frequência e a duração das crises, além de observar outros sintomas. É importante ser o mais detalhado possível ao descrever os episódios.
Exames complementares
Após uma avaliação inicial, o médico pode solicitar alguns testes, como:
- Eletroencefalograma (EEG): Este exame registra a atividade elétrica do cérebro e é fundamental para identificar padrões associados a crises epilépticas.
- Imagens por ressonância magnética (MRI): Uma ressonância pode ajudar a identificar anomalias estruturais no cérebro que possam estar causando as crises.
Tratamento das crises de ausência
O tratamento para crises de ausência pode variar com base na gravidade e na frequência das crises. As intervenções têm como objetivo não apenas controlar os episódios, mas também melhorar a qualidade de vida da criança.
Medicamentos antiepilépticos
Os medicamentos antiepilépticos (MAEs) são a linha de defesa mais comum no tratamento das crises de ausência. Alguns dos medicamentos mais frequentemente prescritos incluem:
- Etossuximida: É o principal tratamento para crises de ausência e geralmente é bem tolerado.
- Ácido valproico: Embora seja mais usado para outros tipos de epilepsia, também pode ser eficaz no manejo das crises de ausência.
Terapia de suporte
Além do tratamento medicamentoso, a terapia de suporte pode ser extremamente benéfica. A terapia comportamental e familiar pode ajudar a criança a lidar com as emoções associadas às crises, além de orientações para os pais que lhes permitam entender melhor a condição do filho.
Intervenções educacionais
A escola pode ser um ambiente desafiador para crianças com crises de ausência. É crucial que educadores estejam cientes da condição da criança e ofereçam suporte adequado. Algumas intervenções podem incluir:
- Adaptações curriculares: Modificações na forma como o conteúdo é entregue, para que a criança possa absorver a informação sem sofrer interrupções constantes.
- Ambiente de aprendizagem: Um ambiente tranquilo e livre de distrações pode ajudar a minimizar crises.
Conclusão
As crises de ausência são um aspecto muitas vezes mal compreendido das convulsões, que podem ter sérias implicações na vida diária de uma criança. Ao compreender as características e os sintomas dessas crises, pais e responsáveis podem tomar medidas mais informadas para buscar um diagnóstico e tratamento adequados. Se você suspeita que uma criança de sua responsabilidade esteja vivendo crises de ausência, consulte um especialista para garantir que ela receba a atenção e o cuidado necessários.
FAQ
O que é uma crise de ausência?
Uma crise de ausência é um tipo de convulsão que causa uma desconexão temporária do ambiente, onde a pessoa parece "desligar-se" da realidade.
Quais são os principais sinais de uma crise de ausência?
Os sinais incluem uma interrupção súbita do comportamento, olhar fixo, movimentos repetitivos involuntários e dificuldade para responder após o episódio.
Como as crises de ausência são tratadas?
O tratamento geralmente envolve medicamentos antiepilépticos e suporte terapêutico, além de adaptação no ambiente educacional.
As crises de ausência podem durar para sempre?
Muitas crianças superam as crises de ausência com o tempo, especialmente quando recebem tratamento adequado. No entanto, algumas podem continuar a ter episódios na adolescência e na vida adulta.
Referências
- Fisher, R. S., van Emde Boas, W., blume, W., et al. (2005). "Epileptic Seizures and Epilepsy: Definitions Proposed by the International League Against Epilepsy." Epilepsia, 46(4), 470-472.
- McGraw, P. (2018). "Childhood Absence Epilepsy: An Overview." Journal of Child Neurology, 33(5), 286-291.
- Pizzo, A., et al. (2020). "Absence Seizures: Epidemiology and Diagnosis." Child Neurology Open, 7(1), 1-10.
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