O que é crise de ausência? Entenda os sintomas e causas
Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.
- O que caracteriza uma crise de ausência?
- Sintomas das crises de ausência
- Causas das crises de ausência
- Fatores genéticos
- Alterações na atividade elétrica cerebral
- Fatores ambientais
- Diagnóstico das crises de ausência
- Tratamento das crises de ausência
- Importância do acompanhamento médico
- Estilo de vida e gerenciamento das crises de ausência
- Conclusão
- FAQ
- O que fazer durante uma crise de ausência?
- As crises de ausência podem desaparecer com o tempo?
- É possível prevenir as crises de ausência?
- Quais são os efeitos colaterais dos medicamentos anticonvulsivantes?
- Referências
As crises de ausência, também conhecidas como crises de ausência epiléptica, são um tipo específico de convulsão que afeta principalmente crianças, embora possam ocorrer em qualquer idade. Durante uma crise de ausência, a pessoa pode parecer estar "desligada" por alguns segundos, interrompendo temporariamente suas atividades. Este fenômeno pode ser preocupante tanto para os indivíduos afetados quanto para aqueles que os rodeiam. Neste artigo, vamos abordar em detalhes o que são as crises de ausência, seus sintomas, causas, diagnóstico e tratamento, assim como tudo que você precisa saber para lidar com essa condição de forma mais eficaz.
O que caracteriza uma crise de ausência?
Uma crise de ausência é caracterizada por uma interrupção abrupta e temporária da consciência, frequentemente acompanhada de um olhar vazio. Essas crises podem durar de alguns segundos a cerca de 20 segundos e geralmente não envolvem movimentos corporais significativos, como em outros tipos de convulsões. Muitas vezes, após a crise, a pessoa não tem memória do evento, o que pode ser confuso e assustador.
As crises de ausência são frequentemente confundidas com desvios de atenção, especialmente em crianças, que podem ser diagnosticadas erroneamente com problemas de comportamento ou falta de concentração. Assim, o reconhecimento adequado dos sintomas é vital para garantir um diagnóstico correto e um tratamento adequado.
Sintomas das crises de ausência
Os sintomas das crises de ausência podem variar, mas geralmente incluem:
- Desconexão rápida da realidade: A pessoa pode parecer estar sonhando acordada e não responde quando chamada.
- Olhar vazio: Durante uma crise de ausência, o olhar da pessoa frequentemente fica fixo em um ponto.
- Movimentos involuntários: Embora a maioria das crises não envolva movimentos corporais significativos, algumas pessoas podem experimentar pequenos movimentos, como piscar ou tremer.
- Dificuldade em reagir: Após a crise, a pessoa pode parecer confusa ou desorientada por um curto período.
- Duração curta: As crises normalmente duram de 5 a 20 segundos e podem ocorrer várias vezes ao dia.
É importante observar que esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa e que o reconhecimento precoce pode ajudar na busca de tratamento adequado.
Causas das crises de ausência
As causas exatas das crises de ausência ainda não são completamente compreendidas, mas acredita-se que estejam relacionadas a anormalidades na atividade elétrica do cérebro. As principais causas incluem:
Fatores genéticos
Há uma forte indicação de que fatores genéticos desempenham um papel importante no desenvolvimento das crises de ausência. Muitas vezes, essas crises ocorrem em famílias, sugerindo que certas variantes genéticas podem contribuir para a predisposição à epilepsia.
Alterações na atividade elétrica cerebral
As crises de ausência são causadas por uma atividade elétrica anormal nos neurônios do cérebro. Durante uma crise, grupos de neurônios disparam em sincronia, o que leva à perda temporária da consciência. Essas alterações podem ser influenciadas por diversos fatores, incluindo estresse, fadiga, doenças febris e até exposição a luzes piscantes.
Fatores ambientais
Embora a genética desempenhe um papel significativo, fatores ambientais também podem afetar o desenvolvimento das crises de ausência. Por exemplo, condições como privação de sono, desidratação e estresse emocional podem desencadear crises em indivíduos predispostos.
Diagnóstico das crises de ausência
O diagnóstico de crises de ausência pode ser complicado, especialmente em crianças. Um médico especialista, geralmente um neurologista, realizará uma avaliação que pode incluir:
- Histórico médico: Uma parte fundamental do diagnóstico é um detalhado histórico médico do paciente e da família. Entender o padrão das crises e os sintomas associados pode ajudar a determinar se as crises são de ausência.
- Exame físico: Um exame físico geral pode ser realizado para determinar se outros problemas de saúde estão presentes.
- Eletroencefalograma (EEG): Este exame registra a atividade elétrica do cérebro e pode identificar padrões incomuns associados a crises de ausência.
O EEG é uma ferramenta de diagnóstico crucial e, muitas vezes, pode mostrar ondas cerebrais características durante e após uma crise de ausência.
Tratamento das crises de ausência
O tratamento das crises de ausência normalmente envolve o uso de medicamentos anticonvulsivantes. O objetivo principal do tratamento é controlar as crises, minimizando a frequência e a gravidade. Os medicamentos comumente prescritos incluem:
- Etossuximida: Este medicamento é frequentemente a primeira escolha para tratar crises de ausência, pois atua diretamente nas áreas do cérebro que são responsáveis por este tipo de convulsão.
- Valproato de sódio: Embora este medicamento seja normalmente usado para diferentes tipos de crises, também pode ser eficaz em casos de crises de ausência.
- Lamotrigina: Este anticonvulsivante é utilizado em alguns casos e pode ser eficaz em combinação com outros tratamentos.
Importância do acompanhamento médico
O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a eficácia do tratamento e ajustar a dosagem dos medicamentos conforme necessário. Além disso, é vital que os pacientes e seus familiares estejam cientes dos efeitos colaterais potenciais e da importância de seguir rigorosamente as recomendações médicas.
Estilo de vida e gerenciamento das crises de ausência
Além do tratamento médico, algumas mudanças no estilo de vida podem ajudar a gerenciar melhor as crises de ausência. Algumas dicas incluem:
- Manter uma rotina de sono regular: A privação do sono pode aumentar a frequência das crises, por isso é essencial garantir um sono de qualidade.
- Reduzir o estresse: Técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ajudar a minimizar o estresse, o que pode ser um gatilho para as crises.
- Nutrição adequada: Uma dieta balanceada pode ajudar a manter os níveis de energia e a saúde geral, contribuindo para o bem-estar do paciente.
- Educação: Informar amigos, familiares e professores sobre a condição pode ajudar a minimizar mal-entendidos e garantir que a pessoa afetada tenha o apoio necessário.
Conclusão
As crises de ausência são um tipo de epilepsia que pode ter um impacto significativo na vida dos indivíduos que as experimentam. Identificar os sintomas precocemente e buscar assistência médica adequada é fundamental para o diagnóstico e tratamento eficaz. Embora as crises possam ser desafiadoras, com o tratamento correto e algumas adaptações de estilo de vida, muitas pessoas conseguem controlar suas crises e levar uma vida plena e ativa. Compreender a natureza dessa condição é um passo importante para desmistificá-la e garantir que aqueles afetados recebam o suporte necessário.
FAQ
O que fazer durante uma crise de ausência?
Durante uma crise de ausência, é importante garantir a segurança da pessoa, evitando que ela se machuque. Não tente sacudi-la ou segurá-la. Espere até que a crise termine e, em seguida, ofereça apoio.
As crises de ausência podem desaparecer com o tempo?
Sim, muitas crianças podem superar as crises de ausência à medida que crescem. No entanto, é essencial monitorar a condição e continuar o acompanhamento médico.
É possível prevenir as crises de ausência?
Embora não haja uma forma garantida de prevenir as crises de ausência, manter uma rotina regular de sono, controlar o estresse e seguir as orientações médicas podem ajudar a minimizar a frequência das crises.
Quais são os efeitos colaterais dos medicamentos anticonvulsivantes?
Os efeitos colaterais podem variar, mas podem incluir sonolência, tontura, alterações de humor e problemas gastrointestinais. É importante discutir quaisquer preocupações com o médico.
Referências
- Sociedade Brasileira de Neurologia
- Associação Brasileira de Epilepsia
- Mayo Clinic - Epilepsy
- Epilepsy Foundation
- National Institutes of Health - Epilepsy
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