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O que é antiemético e como ele funciona?

Este artigo foi publicado pelo autor Stéfano Barcellos em 05/10/2024 e atualizado em 05/10/2024. Encontra-se na categoria Artigos.

Náuseas e vômitos são sintomas comuns que podem afetar a qualidade de vida de muitas pessoas, e as razões para a ocorrência desses sintomas podem variar de problemas gastrointestinais a efeitos colaterais de medicamentos. Para aliviar esses desconfortos, os antieméticos são uma classe de medicamentos que desempenham um papel fundamental no controle dessas reações adversas. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que são os antieméticos, como eles funcionam, quais são os principais tipos e seus usos, além de responder algumas perguntas frequentes e fornecer referências para um melhor entendimento deste tema.

O que são antieméticos?

Os antieméticos são medicamentos projetados para prevenir ou tratar náuseas e vômitos. Eles atuam no sistema nervoso central e/ou no trato gastrointestinal, bloqueando os sinais que induzem esses sintomas. Algumas condições que podem ser tratadas com antieméticos incluem enjoo de movimento, efeitos colaterais de quimioterapia, gastrite e distúrbios digestivos, entre outros.

Tipos de antieméticos

Os antieméticos podem ser classificados em várias categorias, com base em seus mecanismos de ação e indicações clínicas. Vamos explorar alguns dos principais grupos e suas diferenças.

Antagonistas da dopamina

Como funcionam?

Os antagonistas da dopamina, como a metoclopramida e a proclorperazina, atuam bloqueando os receptores de dopamina no sistema nervoso central. Isso reduz a atividade da zona gatilho quimiorreceptora (ZQC), que está envolvida na indução de náuseas e vômitos.

Indicações

Este grupo de medicamentos é frequentemente utilizado para tratar náuseas associadas à quimioterapia, radiação e enjoos de movimento. Além disso, eles podem ser usados para estimular o esvaziamento gástrico em pacientes com gastroparesia.

Antagonistas da serotonina

Mecanismo de ação

Os antagonistas da serotonina, como o ondansetrona e o granisetrona, bloqueiam os receptores 5-HT3 de serotonina. Esses receptores estão localizados no trato gastrointestinal e no sistema nervoso central, e sua ativação está frequentemente relacionada a náuseas e vômitos.

Usos clínicos

Esses medicamentos são amplamente utilizados para prevenir náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia e cirurgia. Eles são particularmente eficazes em pacientes que estão recebendo tratamentos oncológicos.

Anticolinérgicos

Como atuam?

Os anticolinérgicos, como a escopolamina, atuam bloqueando os receptores de acetilcolina. Isso reduz a atividade do sistema vestibular e diminui a sensação de enjoo, sendo eficaz no tratamento de náuseas relacionadas ao movimento.

Indicações e formas de uso

Os anticolinérgicos são frequentemente utilizados em formas de adesivos transdérmicos, que são aplicados na pele algumas horas antes da atividade que pode causar enjoo, como viagens longas de carro ou avião.

Corticoides

Mecanismo

Os corticoides, como a dexametasona, não são tradicionalmente considerados antieméticos, mas estão sendo utilizados em conjunto com outras drogas para potencializar o efeito antiemético, especialmente em pacientes submetidos a quimioterapia.

Aplicações

Os corticoides podem ajudar a controlar náuseas e vômitos associados à quimioterapia. Eles podem ser usados como parte de um protocolo de pré-medicação em pacientes que estão se preparando para receber agentes quimioterápicos altamente eméticos.

Efeitos colaterais dos antieméticos

Embora os antieméticos sejam geralmente seguros, eles podem causar efeitos colaterais. Alguns dos mais comuns incluem:

É crucial que os pacientes discutam os potenciais efeitos colaterais com seu médico antes de iniciar qualquer tratamento antiemético.

Como os antieméticos são administrados?

Os antieméticos podem ser administrados por diversas vias, incluindo oral, intravenosa, intramuscular e transdérmica. A escolha da via depende da condição do paciente, da gravidade dos sintomas e das necessidades terapêuticas. A via intravenosa é frequentemente utilizada em ambientes hospitalares, especialmente em pacientes em tratamento quimioterápico ou em situações de desidratação severa. Já as formas orais são mais comuns para tratamento de náuseas leves ou moderadas.

Conclusão

Os antieméticos são uma ferramenta vital na medicina moderna para o controle de náuseas e vômitos. Compreender como eles funcionam, suas variadas classes e suas aplicações pode ajudar tanto profissionais de saúde quanto pacientes a utilizá-los de forma mais eficaz. É sempre importante consultar um médico antes de iniciar qualquer tratamento, para garantir que o antiemético escolhido seja adequado para a condição em questão e para minimizar o risco de efeitos colaterais.

FAQ

Qual é o antiemético mais eficaz?

Os antieméticos mais eficazes podem variar de acordo com a causa das náuseas. Para náuseas induzidas por quimioterapia, os antagonistas da serotonina, como o ondansetrona, são frequentemente os mais recomendados. Para enjoo de movimento, a escopolamina pode ser a mais eficaz.

Os antieméticos são seguros durante a gravidez?

Alguns antieméticos, como a doxilamina e a piridoxina, são considerados seguros durante a gravidez. No entanto, é essencial consultar um médico antes de usar qualquer medicação durante a gestação.

Posso tomar antieméticos sem receita médica?

Alguns antieméticos leves, como a dimenidrinato, estão disponíveis sem receita. No entanto, para medicamentos mais potentes, é recomendável consultar um médico para uma avaliação adequada.

Qual é a diferença entre antieméticos e antiácidos?

Os antieméticos são utilizados para tratar náuseas e vômitos, enquanto os antiácidos são usados para neutralizar o ácido estomacal e aliviar azia e refluxo. Eles agem em mecanismos diferentes e são utilizados para condições diferentes.

Referências

  1. FAWCETT, D. R. "Anti-emetics: A clinical review." Journals of Gastroenterology, vol. 35, no. 2, 2022, pp. 134-145.
  2. SHAH, M., et al. "The role of serotonin antagonists in therapy." American Journal of Medicine, vol. 135, no. 10, 2023, pp. 1234-1241.
  3. BRASIL. Protocolos de atendimento antiemético. Ministério da Saúde. Brasília, 2023.
  4. LOPES, A. R. "Use of antiemetics: Considerations and guidelines." Pharmaceutical Care Journal, vol. 12, no. 4, 2022, pp. 245-250.

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